Nono (último) dia no Tour do Mont Blanc

Dia 9: Tour do Mont Blanc

No nosso último dia, voltamos para Les Houches, o ponto de partida do roteiro clássico do Tour.

Começamos a caminhar tarde, às 10h45, pois demoramos a ajeitar tudo e comprar comida. A partir do pequeno pórtico, levamos 1h45 para chegar no Col de Volza, a 1665 mts, mesmo errando o caminho na saída da cidade. Uma subida chata e íngreme em asfalto e estrada de chão.

Por conta do horário, desistimos de passar pelo Col du Tricot e começamos a descida para Les Contamines.

Ficamos um pouco triste pelo Igor porque a maior parte do caminho foi por estradinhas e vilarejos. Passamos por alguns poucos trechos de trilha. Definitivamente passar pelo Col du Tricot deve ser muito mais interessante.

Quase chegando a Les Contamines, o calor e as voltas pelos vilarejos estavam me irritando. A ponto de pensar em parar na estrada e pegar o ônibus para Saint Gervais e voltar para Chamonix. Mais uma vez a determinação do Lucas me salvou. A 20min de Les Contamines paramos para tomar banho de cachoeira, o que também salvou o dia.
Chegamos em Les Contamines, às 16h30 e concluímos nosso Tour do Mont Blanc.

Foi uma experiência sensacional, pelas paisagens e pelas pessoas com quem interagimos.

Economizamos um dia em cada trecho longo que fizemos: de pouco acima de Courmayer até La Foully e de Trelechamp, acima de Argentiere, até Les Houches. Cada um destes trechos são desdobrados em dois dias no roteiro clássico do Tour de 11 dias. E foram os dias mais bonitos, opostos geograficamente em relação ao maciço do Mont Blanc e com visões espetaculares das cadeias de montanhas de cada lado, italiano e francês. Passamos por variantes altas nos dois trechos, pouco ou não utilizadas no Tour, e realmente só encontramos montanhistas locais ou poucos “turistas” como nós, sendo nosso quarto e oitavo dias, respectivamente.

Em nosso roteiro, depois do primeiro dia, alternamos entre um dia pesado e um dia mais leve, o que mostrou que é bem razoável fazer o Tour em 9 dias, ficando em abrigos. O roteiro foi definido em parte pela escolhas dos abrigos. Gostei muito de ter começado em Les Contamines, mas não de ter feito o trecho de Les Houches  a Les Contamines por último. A divisão dos trechos poderia ter ficado mais equilibrada, parando o segundo dia no Lac Combal, terminando o quarto dia no Rifugio Elena, em vez de ir direto a La Foully, e estendendo o sétimo dia até La Flegere, em vez de parar em Trelechamp.

O Lucas me surpreendeu pela força nas subidas e determinação, além do seu usual encantamento por tudo e prazer por interagir com as pessoas. Ele me lembrava que tínhamos que parar para comer e confiou nos planos mais ousados, mesmo quando outros praticamente nos chamaram de loucos. “Parceiraço”!!! E foi também muito legal ter o Igor no dia final.

Lembranças para sempre! Excelente experiência!

Agradeço ao André Luiz Rocha , fisioterapeuta, no tratamento das dores musculares, desde janeiro e à karine Rocha @corpoterapia.karine, da ATP, pelas orientações na preparação física, e especialmente aos amigos do CNM, #clubeniteroiensedemontanhismo , do CET, e do CEG que participaram comigo das atividades preparatórias, caminhadas e mesmo “roubadas” e escaladas.

Agradeço também à Thaís Cavicchioli Dias, cujos relatos feitos no Blogdescalada ajudaram bastante no nosso planejamento.

 

Oitavo dia no Tour do Mont Blanc

Dia 8: Tour du Mont Blanc

Outro dia de longa caminhada na nossa programação.
Iniciamos no refúgio Maison La Boerne, em Trelechamps, a 1385 mts, às 8h50, atrasados em relação ao plano inicial, com destino a Les Houches, indo ao Lac Blanc. Um dia pesado e eu ainda o tornei mais difícil ao optar por fazer uma variante por cima não prevista no roteiro do Tour.

Levamos 2h15 para chegar ao Lac Blanc, que está a 2353 mts, passando pelas famosas escadas e cabos de ferro. O Lac Blanc (Branco ) estava ou é verde. Após tirarmos muitas fotos, paramos para comer, ficando lá uma hora.

Foi neste ponto, que resolvemos, por minha insistência, mudar o plano original que era seguir o trajeto usual doTour do Mont. Em vez descermos até o Refúgio de La Flegere, a 1877 mts, para depois subir para Plan Praz e para o Col du Brevent, tomamos uma variante não prevista no roteiro do Tour.

Seguimos por cima, descendo e subindo, passando pelo Index , a 2385 mts, descendo e subindo ao Col de la Gliere, a 2461 mts, com trechos de cabos de ferro e passagens delicadas em neve e gelo no final. Lá vimos os pequenos, mas belos Lacs Noirs.

No caminho, encontramos alguns Ibex (bouquetins), os cabritos dos alpes, caminhando na trilha. Paramos para esperar que se decidissem para onde iriam, torcendo para que não viessem em nossa direção. No Col, vimos uma fêmea com um filhote. Em ambos os casos, sessões de fotos, pois só havíamos visto este animais no Bonhomme, no primeiro dia.

No início do dia, estava levemente nublado mas o sol foi ganhado espaço e tivemos belas visões do Mont Blanc.
Neste dia, caminhamos sempre com a visão de Chamonix, no vale abaixo, e das montanhas nevadas.

Nesta variante, vimos também as montanhas por trás desta cadeia da reserva natural das Aiguillles Rouges, que não se vê de Chamonix.

Do Col de la Gliere, passamos para o Col du Cornu, a 2406 mts, atravessando outra parte com neve acima do Lac Noirs, em um trecho fácil e muito cênico. Entretanto, estávamos demorando mais do que esperávamos e eu já meu perguntei sobre quem foi “infeliz” que teve a ideia de fazer aquela variante.

O Lucas me consolou dizendo que estava muito bonito. Dali descemos, por curvas de nível, até o Plan Praz, a 2075 mts, na base subida para o Col du Brevent. A variante nos levou onde precisávamos chegar, mas gastamos 4h desde o Lac Blanc, enquanto outro grupo gastou 3 horas descendo por La Flegere e subindo até ali.

E ainda gastamos tanta energia que tivemos que parar para comer em um bar panorâmico, o que nos tomou em torno de 1h10. Já passava de 17h30, quando começamos a subida para o Brevent e com muita disposição e fazendo força mesmo, chegamos ao último cume do dia, a 2525 mts, em 1h. Mesmo preocupados com o horário, paramos para tirar fotos. A visão do Mont Blanc e das demais montanhas daquele ponto é magnífica.

Às 18h53, iniciamos a longa e temida descida até Les Houches, a 1007 mts, ou seja, mais de 1500 mts declive.
Passamos, às 19h40, no Refúgio Bellachat, a 2152, onde esperávamos conseguir água, pois o restaurante no Brevent estava fechado, mas não tivemos sucesso. Descemos com menos de 1 litro de água. Não arrisquei pegar água na descida, pois havia muitas ovelhas.

Chegamos na estação de trem de Les Houches às 21h55, já escuro. Exaustos, depois da descida interminável, parecida com a descida da Pedra do Sino, no final da Travessia Petrópolis Teresópolis, ou dos Três Estados na Travessia da Serra fina.

Percorremos entre 24,5 km e 26km em 13h05, com paradas. No último quilômetro, Lucas, que havia me cedido os dois tensores que levamos, sentiu dores em um dos joelhos e reduzimos o ritmo.

Esperamos ainda até às 22h20 para pegar uma condução para o hostel em Chamonix, onde meu filho mais novo nos aguardava com a janta pronta. Ele chegou naquele domingo para fazer o último trecho do nosso Tour.

 

Sétimo Dia no Tour du Mont Blanc

Dia 7: Tour du Mont Blanc

Era para ser um dia de esforço médio. Uma boa subida no início, partindo de Trient, a 1279 mts, até o Col de Bame, a 2191 mts.
Descemos até o Col des Posettes, a 1997 mts , subimos até a Aiguillette des Posettes, a 2201 mts. Por fim, uma longa descida até o Auberge La Boerne, a 1385 mts, em Tré-Le-Champs.

Entretanto, Lucas resolveu que alcançaríamos os franceses, que conhecemos nos dois últimos dias, e que saíram 30min antes de nós.
Ainda consegui segurá-lo nos primeiros 15 min, até entrarmos na trilha. Aí avistamos uma longa fila, inclusive com mulas, que logo identificamos que eram da empresa contratada pelo outro grupo de senhoras e de senhores franceses que conhecemos nos primeiros dias do Tour. Eles encurtaram o trecho entre La Foully e Champex-Lac pegando um ônibus.
Então, entrei na onda do Lucas e adotamos um ritmo realmente forte. A placa na entrada da trilha, no camping, previa 2h30 até o Col de Balme e fizemos em 1h28. Passamos os dois grupos de franceses, o que rendeu olhares abismados, elogios e brincadeiras: “Brazilian Express”. Foi divertido, mas cansativo. Triste foi nos despedir dos dois grupos, que desceram oara Le Tour, terminando a jornada deles (sem fechar o circuito).

Do Col de Balme, que fica na fronteira da Suiça com a França, avistamos o Mont Blanc e as vilas Le Tour, Argentiere e Chamonix. O que dá aquela sensação de falta pouco.

Continuei um pouco desanimado, pela despedida e pelo esforço da primeira subida, mas me esforcei para me concentrar no objetivo do dia e chegar até o abrigo.

Como chegamos cedo, deixamos as mochilas no abrigo e descemos mais 20min até Argentiere, para almoçarmos e comprar mantimentos para o próximo dia.

Sexto Dia no Tour du Mont Blanc

Dia 6: Tour du Mont Blanc

O plano para o dia foi fazer a variante da Fênetre D’Arpette (2665 mts) partindo de Champex-Lac (1467 mts) e chegando em Trient (1279 mts), quase 1200 mts de desnível positivo e quase 1400mts de desnível negativos.o

A subida foi realmente puxada, com trecho bem íngreme no final e cheio de pedras soltas, mas nos sentimos bem, caminhamos em um ritmo constante. O dia anterior serviu como recuperação.

Subimos em 3h20, bem próximo do tempo previsto, apesar de termos passado da entrada da trilha no início e feito um desvio proposital para caminharmos mais em meio à floresta de pinheiros.

Ficamos mais de 1 hora neste Col, uma passagem estreita na montanha, uma janela (fênetre) de fato. Aproveitamos para subir por uma pedras até alcançar um pequeno cune, a mais de 2700 mts. Um caminho de pedras que lembrava trechos das prateleiras, nas Agulhas Negras, até com um lance de IISup para alcançar um o cume.

A descida foi realmente brutal, muitas pedras soltas e muito calor. Descemos. muito lentamente. Paramos no Chalet du Glacier para comer, depois de mais de 1h30 descida, e aproveitamos para tomar um banho de cachoeira, o que já estávamos planejando há alguns dias.

E foi banho de cachoeira com água de degelo de glaciar (Glacier de Trient) dos alpes suíços!!!

Demais! Super gelada, não consegui nem ficar por 30 segundos cada vez que entrei na água. Lucas chegou a ficar por 1 minuto, recorde!!!
Foi revigorante! Grande destaque do dia.
Depois caminhamos felizes, ainda descendo por mais 50 minutos até o refúgio em Trient.

Quinto Dia no Tour du Mont Blanc

Dia 5: Tour du Mont Blanc

Hoje fomos de La Fouly a Champex- Lac. Um trecho curto de 4h de caminhada, em meio a bosques de pinheiros e cruzando pequenas vilas. Iniciamos às 11h, bem tranquilos, descendo de 1600mts de altitude a 1100 mts e depois subindo para 1467mts.

Em La Fouly, passamos por um parque público com um muro de escalada muito interessante para uma vila tão pequena, apesar de muito turística. E ainda mais surpreendente foi ver a independência de crianças bem novinhas, até com 3 ou 4 anos, ao fazer arvorismo.

Quase chegando a Champex- Lac, passamos por um point de escalada esportiva bem estruturado.

Foi um dia de relaxamento e recuperação.

Quarto dia do Tour du Mont Blanc – Parte 2

Dia 4: Tour do Mont Blanc
Parte II: determinação

No trecho entre o Bonatti e Rifugio Elena, a 2067 mts, caminha-se inicialmente na mesma cota, com leve descida, mas quase no fim do Val Ferret desce-se a menos de 1800 para subir novamente. Gastamos 1h25. Paramos mais 20 min para comer tomar fôlego para a terceira grande subida do dia, já às 5h da tarde.
Subimos em 1h ao Gran Col Ferret, na fronteira com a Suiça, a 2534 mts, o que nos surpreendeu, pois a previsão era de 1h30 e já estavamos cansados.
De fato, estávamos muito determinados a cumprir o objetivo do dia, mas a deliciosa torta de mirtilos que comemos no Rifugio Elena também influenciou

Daí para La Foully, a 1600mts, foram 2h30 de descida, com parada rápida no primeiro abrigo em La Peule para avisar ao abrigo que chegaríamos tarde.

Neste ponto, outra feliz surpresa, reencontramos o jovem casal super gente boa que conhecemos no caminho para a Maison La Vieille, um russo e uma americana. Falamos quase ao mesmo tempo: precisamos tirar um foto!

Descemos com eles e chegamos em La Foully às 21h. Foram 12h50 de jornada, com algo em torno de 11h horas efetivas de caminhada. Grande dia!

destaques do dia foram:
– a paisagem de beleza estonteante no trecho da variante da Tête Le Tronche, com a visão do Mont Blanc, Dent du Gean, Le Grandes Jorrasses e o Val Ferret,
– o Rifugio Bonatti (com uma leve tristeza por não ter conseguido vaga) e a vista do Val Ferret, e
– o reencontro com dois grupos, os senhores franceses e um casal de um russo e uma americana, que conhecemos no caminho, afinal o Tour é uma experiência coletiva. Além das paisagens os encontros e interações com as pessoas são marcantes.
#clubecnm
#clubeniteroiensedemontanhismo @ La Fouly, Valais, Switzerland

Quarto Dia do Tour du Mont Blanc – Parte 1

Parte I: insanidade e beleza

O plano para este dia foi ousado: caminhar do Rifugio Bertone, primeiro abrigo acima de Courmayuer (4,2 km depois da cidade) até La Fouly, na Suiça. E ainda pegando a variante pela Tête Le Tronche, Col Sapin e Col Entre Deux Saults, do Rifugio Bertone para o Bonatti, mais de 30km de percurso.

Saímos do Rifugio Bertone, a 1989 mts, às 8h10 e tomamos a variante logo acima. Este foi definitivamente o trecho de paisagens mais espetaculares até agora. Paramos várias vezes no Mont de La Saxe em puro extase.

Se antes tínhamos dúvida se deveriamos pegar esta variante, pelo fato do nosso trajeto ser longo neste dia, lá em cima ficamos felizes pela opção. Devemos ter gastado mais de 30 min só para tirar fotos, nesta parte inicial do trecho.

Seguimos para Tête la Tronche, a 2534 mts, e descemos ao Col Sapin, a 2436, descendo ainda mais para a parte alta do Val Arminaz, a 2100 mts, para subir ao Col Entre Deux Saults a 2524, descer ao Rifugio Bonatti a 2020mts. Gastamos 5h, eu não tinha visto comentários sobre este trecho e só no Bonatti que soube que costuma-se levar 6h. Em certos momentos, voltei a questionar se teria sido mesmo uma boa escolha, mas por fim conclui: bendita ignorância!

Paramos 30min para comer algo e seguimos para o Rifugio Elena, que está a 2067mts.

Além do encantamento com a estrutura e a beleza do Rifugio Bonatti e do Val Ferret e as montanhas logo em frente, tivemos uma feliz surpresa: reencontramos os 2 casais de senhores franceses com que interagimos desde o Bonhomme. Já não esperava encontrá-los mais e no caminho até o Bonatti percebi que mesmo com tantas paisagens o Tour é também marcado pelo encontro com pessoas, uma experiência também coletiva.

Segundo dia do Tour du Mont Blanc – Parte 2

Dia 2: Tour du Mont Blanc –  Parte II

Passamos pela Casermetta, parando por 15 minutos para ver o espaço Mont Blanc, com fotos e maquete do maciço.
Cruzamos um longo planalto onde vimos pela primeira vez as marmotas.

Chegamos à base do Refúgio Elisabetta, a 2195 mts, às 14h37. Completamos o lanche e saímos às 14h56. Abaixo do refúgio há outro longo planalto cortado por uma estradinha que se estende até a Cabana du Combal, 1970 mts de onde retomamos a trilha e subimos para o Arp-Vieille supérieure, com ponto mais alto na Arète du Mont Favre a 2435 mts.

Descemos para o Col de Col Chécrouit, a 1956 mts, cheganso ao Refúgio Maison Vieille às 18h50. Cansados, mas felizes. Um lugar lindo, em meio a pequenas florestas de pinheiros e com uma visão mravilhosa da montanhas, exatamente abaixo da face do Mont Blanc do lado Italiano.

Os destaques do dia foram o contraste entre o clima frio com neve, terreno árido, no início e as dificuldades de orientação e a linda tarde com as montanhas entre sol e nuvens floresta ensolarada na chegada, e o Refúgio de Maison Vieille com sua cantina italiana, cheia de penduricalhos e fotos, comida deliciosa, sem o tumulto dos refúgios clássicos, e o visual sensacional.

 

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Segundo dia do Tour du Mont Blanc – Parte 1

Dia 2 : Tour do Mont Blanc

Parte I

Plano: pegar a variante do Col de Fours até Ville des Glaciers, subir o Col de Seigne, passar pelo Refúgio Elisabetta, pelo Lac Combal, subir o Arp-Vieille supérieure  e seguir até o Col Chécrouit, para dormir no Refúgio Maison de Vieille.   Já chegamos bem próximo  a Courmayeur. Um dia longo,  com previsão de 9h40 de caminhada sem contar paradas, por mais de 21km.

Choveu  muito durante a noite, com raios, e nevou também, amanhecendo com muito vento e frio. O que me fez temer pelas condições de orientação no Col de Fours. Conversei com alguns guias locais e resolvi seguir o plano.

Saindo do Refúgio, subimos ao Col de La Croix  du Bonhomme, a 2479 mts, para tirar uma foto sem outros caminhantes e o vento forte estava terrivelmente frio. Se no dia anterior chegamos ali com muito calor, de bermuda e camisa dryfit, de manhã tivemos que colocar as roupas de frio. De madrugada, a mínima  foi -1 grau e mesmo depois de 8h estava fazendo  5 graus, mas com sensação térmica  de temperatura negativa.

Com as mãos congelando, começamos a subir para o Col des Fours às 8h12. Pouco à  frente já  encontramos algumas pessoas que desistiram e retornavam, mas continuamos a seguir o plano.

Quando chegamos  ao Col de Fours, a 2665 mts, vimos que a neve realmente tinha escondido a trilha e não  havia marcações para a descida do Col.   Conseguimos achar a trilha pouco abaixo e descemos até  Ville des Glaciers, com parada em banheiro público e na fazenda para experimentar e comprar o delicioso e perigoso queijo Beaufort. 😉

Depois de uma longa e dura subida, com vento contra, chegamos ao Col de la Seigne, a 2516 mts,  às 13h07.

 

Primeiro dia do Tour du Mont Blanc

Eu não tive acesso à internet ontem, só agora. Hoje foi nosso segundo dia. Mais longo do que normalmente se faz, por dificuldades que tive nas reservas nos.abrigos, mas foi sensacional. O trecho que fizemos hoje cobriu quase dois dias do roteiro clássico do Tour, foi sensacional. Amanhã farei o relato do dia 2.

Segue o relato so 1o dia:
Alvorecer no 1o dia do nosso Tour du Mont Blanc

Após a chegada em Chamonix com as nuvens cobrindo algumas montanhas, no dia 14 de julho amanhecemos com céu limpo. Vista surpreendente das montanhas nevadas e promessa de um belo domingo de sol.

O plano foi começarmos o Tour em Les Contamines Montjoie, em vez de Les Hoches, para podermos ficar no Refúgio de La Croix de Bonhomme, do Clube Alpino Francês . 14 de julho era única data possível para nós.

Assim, tomamos um trem de Chamonix, às 7h15, para Saint Gervais-Le Fayet e de lá um ônibus para Les Contamines.

Dia 1 Tour du Mont Blanc

Caminhamos pela vila de Les Contamines até a Capela de Notre Dame de La Gorge. Ao sair do asfalto, entramos em uma trilha larga e plana em meio a um parque, gastando 38 min até a Capela.

Ali encontramos uma sinalização de 4h até o Col de Bonhomme e de 4h50 até o Refúgio.

Saímos de La Gorge às 10h12 e chegamos no Col du Bonhomme às 13h38, com muitas paradas para fotos e um lanche, em La Balme, de 11h33 às 11h50, Lá encontramos uma estação com banheiro público e água potável, 50m metros antes do abrigo de La Balme. Um bom exemplo de estrutura de apoio para uma trilha de alta frequência. Este foi o último ponto de água até o refúgio.

Paramos para almoçar e apreciar a bela “visage” do Col.
Saímos de lá às 14h20 e chegamos no refúgio de La Croix du Bonhomme às 15h05, parando outras tantas vezes para fotos.

Gastamos no total 4h53, incluíndo todas as nossas paradas.

O tempo de caminhada da Capela de Notre Dame de La Gorge até o Refúgio foi de 3h52, mesmo com as muitas paradas para fotos.

Iniciamos ao 1030mts de altitude na vila de Les Contamines, atingindo 2329 mts no Col do Bonhomme e finalizando a 2479 mts no Col de La Croix du Bonhomme, e o refúgio a 2443mts.

Toda a sinalização se refere à tempo de caminhada e não a distância, mas caminhamos em torno de 14km.

O destaque do dia foi encontrarmos neve em alguns trechos, sendo um deles longo e logo abaixo do Col du Bonhomme, quase um “micro glaciar”, e também no próprio Col.

Por fim, tive a forte impressão de que este setor do Tour du Mont Blanc se assemelha à Trilha do Açu, no PNSO, na época da antiga Isabeloca, porém mais longo e com algumas partes de pouca inclinação intermediando as subidas.

A subida final para o Col do Bonhomme é bem parecida com a antiga Isabeloca até no estado de degradação de algumas partes. Há também um caminho quase reto, usado nas descidas.

Já o trecho do Col du Bonhomme para o refúgio tem o jeito do Chapadão: sobe, desce, sobe, desce, anda e anda, até subir para o mirante do Col de La Croix du Bonhomme e descer para o abrigo.