Mínimo Impacto

Nos últimos anos o número de pessoas praticando atividades turísticas e recreativas ao ar livre vêm crescendo vertiginosamente. A prática de esportes em ambientes naturais tem se tornado cada vez mais comum e com isto a própria natureza, que lhes oferece o local ideal para a prática, vem sendo ameaçada.

Diante desse crescente impacto, o Clube Niteroiense de Montanhismo – CNM, única entidade de montanhismo na cidade de Niterói filiada à Federação de Esportes de Montanha do Estado do Rio de Janeiro – FEMERJ, assume publicamente o compromisso de desenvolver suas atividades guiadas pelos princípios do mínimo impacto.

Apesar da não existência de consenso sobre o que seja o mínimo impacto, a comunidade montanhista do estado Rio de Janeiro, instituiu em seu código de ética uma série de orientações para nortear práticas mais conscientes. Essas são baseadas em convenções e programas internacionais, tais como Declaração do Tirol  que entende que “gerações futuras precisarão encontrar suas próprias NOVAS aventuras dentro desse limitado recurso”; e que devemos “desenvolver em paredes ou montanhas de uma forma que não roubamos a oportunidade do futuro”.

Dentre as orientações da FEMERJ destacamos:

  • Escalar e caminhar com responsabilidade.
  • Zelar pelas montanhas e seus acessos, proteger o patrimônio natural e cultural dos locais visitados, incluindo sítios arqueológicos, paleontológicos e cavernas.
  • Seguir as recomendações de mínimo impacto ambiental, incluindo as discutidas e acordadas em Seminários de Mínimo Impacto promovidos pela FEMERJ.
  • Durante a escalada ou o rapel, fazer o possível para reduzir os danos sobre a vegetação. Não obstante, evitar a prática exclusiva de rapel em vias de escalada.
  • Restringir sua passagem na parede ao estritamente essencial. Não usar proteções fixas ao lado de fissuras, fendas, rachaduras e buracos que possam ser protegidas com equipamentos móveis.
  • Minimizar o impacto visual em boulders e falésias, habituando-se a limpar as agarras frequentemente.
  • A rocha natural já nos oferece desafios suficientes. Não colocar agarras artificiais, quebrar propositalmente ou cavar agarras.
  • Apenas realizar campeonatos, competições e eventos em áreas destinadas ao uso intensivo (muros de escalada artificiais, estradas e praças públicas), de modo que não haja aglomerações de pessoas em espaços naturais.

Em Setembro/2016 o CNM iniciou uma campanha entre seus associados em favor do programa O PACTO. Lançado pelo Acesso PanAm, uma organização latino americana, que se dedica a promover os acesso as áreas de escalada e montanhismo nas Américas, O PACTO incentiva a todos os escaladores a se comprometerem com a natureza, a partir de propostas de atitudes simples. Como fruto dessa campanha, produzimos um vídeo institucional a fim de ampliar a divulgação do programa.

Motivados por esses princípios do mínimo impacto e envolvidos pelo espírito colaborativo, o CNM atua em parceria com a administração do Parque Estadual da Serra da Tiririca – PESET – local aonde concentra a maior parte de suas atividades e ocupa uma cadeira no conselho consultivo desde 2008 – na promoção de mutirões, divulgação de eventos ambientais, fiscalização e fomento de grupos de trabalho sobre as atividades de aventura no PESET. No que se refere propriamente ao mínimo impacto, o CNM tem como orientador um conjunto de diretrizes debatidas a partir dos Seminários de Mínimo Impacto, já realizados entre a comunidade montanhista local, com o apoio da FEMERJ e o PESET:

  • Devemos evitar a conquista de vias redundantes, ou seja, vias que se desenvolvem de maneira muito semelhante à outras próximas;
  • Devemos priorizar o uso de móveis em locais que haja fenda e fissura, desde que estas não tenham possibilidade de quebra com a proteção;
  • A vegetação em rocha é frágil, pois ela se restringe em áreas pequenas e com solo raso. Quando escalamos devemos tomar cuidado com qualquer vegetação, sem se segurar ou pisar nela e nem permitir que a corda caia em cima da vegetação.

Além disso, o CNM orienta seus associados a não apenas carregar seu próprio lixo de volta, como também coletamos qualquer outro deixado por outras pessoas; a não abrir atalhos; não alimentar  e nem molestar os animais; não coletar plantas ou sementes e não marcar árvores nem pedras.

Ou seja, nós montanhistas, estamos comprometidos com a conservação da natureza buscando assegurar o valor ecológico e as características naturais de montanhas e paredes em todo o mundo. Isso inclui a proteção de espécies ameaçadas de flora e fauna, de seus ecossistemas e da paisagem.

Como visitantes em qualquer área natural, devemos sempre nos comportar de forma educada e com prudência em relação à natureza – nossa anfitriã. Recomendamos o conhecimento das regras e normas das Unidades de Conservação antes da visita. E que nestas adotemos atitudes simples, mas que fazem toda a diferença para conservação da natureza.

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Meio Ambiente: As Ações do CNM

No dia 09 de março de 2020, ainda como parte das celebrações de aniversário de 15 anos do Clube, e inserida na programação do mês das mulheres, Stephanie Maia e Eny Hertz, apresentaram um resgate histórico das ações ambientais do Clube desde a sua fundação. No período em que as palestrantes trabalharam juntas na diretoria ambiental do clube, nos anos de 2015 e 2016, foram responsáveis pela organização do III Seminário de Mínimo Impacto, por mediar relação do clube com o Parque Estadual da Serra da Tiririca, principal lócus das ações ambientais, bem como promover mutirões de limpeza e manejo de trilha. A palestra trouxe o histórico organizado em ordem cronológica todas as contribuições do clube à causa ambiental, visando debater o papel e a responsabilidade social que o CNM, bem como toda a comunidade montanhista, compartilham em relação ao meio ambiente.

Faça aqui o download da palestra: https://drive.google.com/open?id=1eJ0l6piwataW2VqLMPUGS4v3a1nI9Qt4