Palestra ONLINE “Restauração de Ecossistemas em meio urbano em Niterói: Parque Orla Piratininga”

 

Olá pessoal!

????Nesse mês de junho se dará início à Década da Restauração de Ecossistemas 2021-2030 da ONU, um apelo global à ação para a restauração de ecossistemas degradados.

Você sabe que ações têm sido feitas em Niterói para a restauração dos ecossistemas no município?

Pensando nisso, convidamos Andressa Lima, vice-presidente do CNM, para nos dar a palestra “Restauração de Ecossistemas em meio urbano em Niterói: Parque Orla Piratininga”. Andressa vai nos mostrar a estratégia adotada pelo Município abordando a restauração de ecossistemas por meio da implantação de um parque ecológico urbano na orla da Lagoa de Piratininga. ????????????????☘️????????

O Parque Orla Piratininga terá cerca de 680 mil m² de área e 10,6km de infraestrutura cicloviária ao longo da orla da Lagoa de Piratininga, na Região Oceânica de Niterói. ????????‍♀️????‍♂️

A palestra é aberta ao público! Te aguardamos no dia 07/06 às 19h30, pelo ZOOM. O link será divulgado aqui no site do clube no dia da palestra. Marque na sua agenda!

https://www.niteroiense.org.br

Cronologia de uma parceria do bem

Por Patrícia Gregory e Stephanie Maia

No início do ano fomos convidados pela Neltur (Niterói – Empresa de Lazer e Turismo) para nos apresentarmos e falar sobre o clube. Contamos um pouco sobre nossa história, falamos dos nossos objetivos enquanto Clube de Montanhismo e explicamos o que fazemos. Na ocasião ficamos de pensar de que forma poderíamos estabelecer uma parceria que pudesse atender aos nossos interesses institucionais e ao mesmo tempo fosse de interesse público.

Ainda nessa primeira reunião, sem que soubéssemos, estávamos plantando a semente para uma futura ação conjunta que promete ser de grande interesse público, em muitos sentidos. Relatamos, na ocasião, que em 2017 adquirimos uma Juliette, a cadeira do “Projeto Montanha para Todos”, adaptada para levar pessoas com deficiências para fazer trilhas, e desde então, junto aos nossos associados, temos conseguido proporcionar a experiência de estar em ambientes naturais, a quem nos procura com esse desejo. Essa é uma vivência muito rica, tanto para quem é levado para o passeio, quanto para nossos associados voluntários que se revezam na condução da cadeira.

Desta forma, a Neltur entrou em contato conosco novamente para propor a parceria e participar de um treinamento oferecido pela Secretaria Municipal de Acessibilidade, para o atendimento de pessoas com deficiência. Esse treinamento teve como objetivo a capacitação de pessoal para a implantação  do programa “Niterói EcoTur Sem Barreiras”.

Essa iniciativa da Neltur, realizada em parceria conosco, com a Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade e com a Secretaria Municipal de Acessibilidade consiste em ofertar à população niteroiense e aos turistas e visitantes da cidade, passeios gratuitos, guiados por profissionais inscritos no CADASTUR, através de inscrições prévias, duas vezes por mês, pelas trilhas da cidade, com a quantidade de participantes variando em conformidade com o nível de dificuldade de cada trilha e com as orientações para prevenção da COVID-19.

Como o próprio nome do projeto sugere ‘sem barreiras’ trata-se de um movimento de inclusão de pessoas com deficiência, e nosso papel é disponibilizar a Julietti 0006 e sensibilizarmos nossos associados e o público em geral a participarem dessas ações inclusivas.

Ficamos satisfeitos pela oportunidade de poder compartilhar um pouco da nossa vivência em montanhismo com as pessoas que muitas vezes nunca estiveram numa trilha por terem limitações físicas e agora podem, com a nossa ajuda!

A inauguração do projeto foi ontem e foi um sucesso!

Por mais sorrisos e olhos brilhando, de todos os envolvidos

Abaixo segue o link com matéria publicada no G1, que cobriu o evento de inauguração.

https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2021/05/24/niteroi-tera-trilhas-acessiveis-para-cadeirantes-no-parque-da-cidade-veja-como-agendar.ghtml?fbclid=IwAR3oCqsBPLCzEtUiweMyxVKY-9XrKOdpp3nnHwcHoV7BekHANG9sGdgNMzw

Relato sobre a conquista da via Carlos Boechat, em Itacoatiara, Niterói – RJ

Por Michel Camacho Cipolatti

Com a perda do amigo, engenheiro, administrador regional da Região Oceânica de Niterói durante muitos anos, eleito vereador de Niterói em 2020, que nos deixou aos 70 anos no dia 12 de dezembro de 2020, vítima de covid-19, iniciei uma busca por uma parede a fim de conquistar uma via de escalada em sua homenagem, em alguma formação rochosa de Niterói. Foi lançado o desafio!

Normalmente, se encontra uma parede, se conquista uma via, e durante (ou depois) se decide o seu nome. Desta vez foi ao contrário. Eu já tinha o nome da via, mas não sabia onde seria.

A escolha da linha não foi fácil, pois, apesar do relevo acidentado, o município possui diversas vias e algumas paredes já não comportam novas conquistas. Além disso, a intenção era abrir uma via “diferenciada”. Tanto o local, quanto a vista, deveriam impressionar os escaladores que viessem a conhecer e repetir.

Foram paqueradas algumas possibilidades no Morro do Morcego, Santo Inácio, Cantagalo, Costão de Itacoatiara e Alto Mourão. Foram vários dias de procura e olhar atento às paredes, quando certo dia, meus olhos bateram na face sudeste do Morro das Andorinhas, aquela voltada para Itacoatiara. A rocha possui muita vegetação, e à primeira vista, não seria um local apropriado. Porém, ao chegar na base, depois do setor de blocos do Oriente, encontrei uma linha relativamente “limpa”, com pouca vegetação. Definido, então, o local e o traçado da via. Ao consultar o Parque Estadual da Serra da Tiririca, foi constatado que este setor não possui vias de escalada e encontra-se liberado para novas conquistas. Ufa!

Escolhido o dia 26 de janeiro de 2021 para iniciar a ascensão. Ao convidar alguns escaladores para fazer a minha segurança (e ninguém pôde ir comigo), decidi iniciar sozinho, em auto-segurança, o que dificulta mas continua sendo possível. Assim, o desafio se tornou ainda maior.

Avistei uma fenda negativa a cerca de 15 metros da base em que foi preciso usar uma estratégia inusitada para mim. Deixei a mochila com a furadeira pendurada pelo cliff na quarta chapeleta, subi a fenda em livre e só então puxei a mochila para cima. Foi o maior perrengue!

A parede demanda uma diversidade de técnicas de escalada, com lances atléticos, como a referida fenda, e lances mais técnicos, como os cristaizinhos e as aderências no meio da parede. Foram cinco investidas que demandaram muito esforço e dedicação. Vários momentos de risco e dificuldade (o risco era controlado, viu, mãe?) e muita adrenalina. Durante os momentos de cansaço, dor e desconforto, consegui manter o foco e a motivação, pois a vontade de vencer o desafio era maior (frase boa para o vídeo).

O resultado foi uma escalada muito bonita, com seu início bem próximo do mar, onde as ondas batem na base da montanha, o que traz ao mesmo tempo uma mistura de paz e apreensão. Difícil de explicar! Meu objetivo foi atingido (pelo menos eu fiquei impressionado). Na última investida, no dia 15 de abril de 2021, o mar estava agitado e o início da via molhado pelos respingos. Para completar a beleza do local, a vista para um “cartão postal da cidade”: a praia de Itacoatiara cercada pela Serra da Tiririca.

Fico muito satisfeito com o resultado, na torcida para que muitos escaladores a admirem com o devido cuidado com a vegetação, e faço a doação da via ao Clube Niteroiense de Montanhismo.

Fico, também, muito honrado em conseguir fazer esta homenagem. Este trabalho, além de eternizar em uma montanha da Região Oceânica o nome do “amigo incansável”, como disse o Prefeito da cidade em uma homenagem (e o Boechat era mesmo uma pessoa excepcional), certamente contribui para o desenvolvimento do montanhismo na cidade de Niterói.

 

Orientações aos escaladores:

Para acessar a base, seguir pelas pedras à direita da prainha de Itacoatiara, até encontrar a trilha que passa abaixo das casas de um condomínio e descer no setor de boulders do Oriente (caminho também frequentado por pescadores).

A via se inicia próximo ao último bloco deste setor, que fica “apoiado” na parede. Da base, é possível ver as quatro primeiras chapeletas e a fenda que permite vencer o trecho negativo.

A primeira parada dupla (P1) foi instalada na quinta proteção fixa, logo após a fenda, para evitar o atrito da corda na aresta da parede e o “peso” a ser puxado pelo guia, além de facilitar a subida do participante e a comunicação entre os dois. É possível esticar da base até o P2 com uma corda de 60m, no limite da corda.

Os esticões seguintes são predominantemente em agarras (cristais) e algumas passadas em aderência. A via segue tendendo levemente para a esquerda.

Após a última parada dupla (P5), é possível caminhar até a trilha do morro das Andorinhas, que dá acesso próximo à praia de Itaipu. A via pode ser rapelada com uma corda de 60m, porém, recomenda-se a descida por esta trilha, para evitar danos à vegetação da parede durante o rapel, evitar o rapel em aresta na chegada à base, e ainda, para desfrutar do mirante do Morro das Andorinhas, voltado para as lagoas de Itaipu e Piratininga na descida.

 

Para acessar o croqui da via clique aqui.