Excesso de hidratação pode causar complicações ao organismo

Por Paulo Gomes | 21/02/2012 – Atualizada às 07:58

Publicado no Boletim CNM 2013-1

Recomenda-se com veemência que os corredores mantenham um alto nível de hidratação de seu corpo para superarem suas provas com relativa tranquilidade. No entanto, casos recentes de morte por excesso de ingestão de água chamaram atenção para o tema.

Em 2007, a norte-americana Jennifer Strange faleceu após participar de um concurso que consistia em beber o máximo de água sem urinar. No ano seguinte, a britânica Jacqueline Henson ingeriu grandes quantidades do líquido como parte de sua dieta de emagrecimento e também pereceu.

São casos extremos, mas de pessoas que teoricamente não tinham uma perda considerável de líquidos. No entanto, a morte de Cynthia Lucero na Maratona de Boston em 2002 serve de alerta para todos os corredores.

O médico do esporte e colunista do Webrun, Dr. José Marques Neto, explica o que acontece em nosso organismo quando o excesso se torna perigoso. “Com a ingestão exagerada de água, o líquido extracelular fica muito diluído e o líquido interno mais concentrado”, conta.

“Com isso, a água migra de fora para dentro da célula, que incha e leva a um edema cerebral. O cérebro incha e pressiona os centros do bulbo, que controlam o funcionamento cardiorrespiratório e vascular do nosso corpo”, esclarece o médico.

Segundo o Dr. Neto, não há um parâmetro bem definido para evitar complicações dessa natureza. “Não tem essa de ‘ah, se eu tomar três copos estou bem hidratado, se tomar quatro eu morro’, é algo subjetivo e razão de controvérsia na literatura médica”.

Urina é indicativo- Dr. Neto afirma que o consenso entre os fisiologistas é de que a sede já caracteriza um quadro de desidratação, por isso é encorajada a ingestão de água nas corridas mesmo que não haja sede. “A cor da urina é o melhor parâmetro para o leigo, porque serve como indicativo”, pondera.

Neste caso, vale o bom senso. A urina escura, assim como a sede, já é um claro sinal de desidratação e, portanto, não deve ocorrer. “Sinais de hiperidratação são uma urina extremamente clara, transparente. Se ela estiver apenas razoavelmente clara, você está bem hidratado”, define.

“Existe uma variabilidade individual, são vários parâmetros que mudam de pessoa para pessoa. O importante é se manter hidratado ao longo do dia, andar sempre com uma garrafinha”, recomenda o médico.

Isotônicos- Há também a crença de que tomar muito isotônico pode criar pedra nos rins. “Isso também é referência individual. Teoricamente causa cálculo renal pelo excesso de sódio, mas é mais na esfera da teoria do que na prática. O importante é usar apenas como propósito de reposição, quando houver desgaste”, diz Dr. Neto.

Em termos gerais, tanto para água quanto para isotônicos o médico afirma que “o problema está no abuso, não no uso. É muito mais importante estar hidratado antes da prova, ao longo da semana, do que chegar no dia e querer recuperar tudo durante a corrida”, conclui.

Fonte: http://www.webrun.com.br/home/n/excesso-de-hidratacao-pode-causar-complicacoes-ao-organismo/13253

Cuidados com o uso dos freios na escalada

Publicado no Boletim CNM MAR/2013

Há tempos que ouço muitas opiniões e defesas sobre um ou outro tipo de freio, ou ainda a maneira correta de se utilizar determinado equipamento. Como em diversos segmentos, os freios possuem diversos modelos, marcas, objetivos, etc. Objetivos? Sim objetivos! Na escalada pensamos no freio como um aparelho que além de controlar a descida, possamos utilizá-lo para dar segurança ao participante ou ao guia.

Os tipos de freio foram evoluindo a medida que o esporte também evoluiu. Nos primórdios, tanto a segurança, quanto o rapel, eram feitos com a corda passando pelo corpo, com o intuito de gerar o atrito suficiente para “segurar” a descida ou uma possível queda. A medida que os limites foram sendo superados, a necessidade de um sistema que fosse mais confi ável e que gerasse atrito suficiente, também cresceu. Surgiram as placas, o 8, os modelos tubo e os semi-automáticos, das mais variadas marcas.

Mas apesar da quantidade, qual é o melhor? O mais adequado? O mais confi ável? Pois é…. Lembra da primeira frase do texto? São essas as discussões que permeiam as listas de e-mails na internet. Não há unanimidade sobre o melhor equipamento. Existem correntes que preferem os mais simples, como o ATC, outras, os semiautomáticos, como o GRIGRI, mas em uma coisa há o consenso: de nada adianta um equipamento com toda a tecnologia se não o montamos ou o manuseamos de maneira correta.

E é aí que deve estar o foco principal da discussão. Não adianta, por exemplo, utilizarmos o GRIGRI na segurança, se deixarmos a corda frouxa o sufi ciente para que o guia ao cair, vá direto ao chão. Ou se utilizarmos o ATC e ficarmos distraído, conversando com o outro participante. A escalada é um esporte na qual um pequeno erro pode ser fatal, porém isso não o torna um esporte inseguro, mas um esporte onde o fator atenção seja tão importante quanto a técnica em superar um lance difícil.

Com isso, seguem algumas dicas importantes ao utilizar o freio:

  • Obedeça sistematicamente as instruções de uso do equipamento utilizado, seja ele qual for;
  • Verifique se o aparelho de freio serve também para a função de dar segurança;
    • Assegure-se de que o utilizador esteja preparado para manusear o equipamento;
  • Tenha atenção durante toda a escalada;
  • Mantenha a corda sempre esticada, até o limite para não atrapalhar o guia ou o participante, a fi m de evitar

uma queda que os levem a um platô, por exemplo, pois de nada adiantará o freio;

  • Mantenha a mão firme;
  • Por mais que o freio pareça automático, nunca retire as mãos ou desvie sua atenção do guia;
  • Não use um equipamento antes de treinar muito, simplesmente por que alguém falou que é mais seguro;
  • Nunca crie a sua maneira de utilizar o freio, mesmo que ela, aparentemente, otimize o desempenho.

Seja prudente e aventure-se!

Auto Resgate

Auto Resgate

Por Ian Will

Boletim CNM MAR/2013

A prática de escalada diversas vezes nos coloca em situações onde só podemos contar com nosso parceiro de escalada. O fato da dinâmica do esporte pedir que se formem cordadas de duas ou três pessoas nos “obriga” a ter conhecimento de auto resgate, pois em várias situações, não poderemos contar com equipe de resgate especializada.

Uma das dificuldades durante um resgate em altura é conseguir fazer os procedimentos de ancoragem e descida com uma vítima sem condição de boa locomoção. São diversas situações possíveis de acidente durante uma escalada e devemos estar atentos as técnicas específicas para cada uma delas.

A seguir, descrevo o passo a passo de um procedimento de resgate em altura em um acidente com a seguinte cena: O guia cai no 1º esticão de uma via grampeada e quebra o pé. O segurança está na base sem ancoragem e acorda é insufi ciente para descê-lo até ao seu lado.

1º passo: Fixar o freio (nó de mula ou semelhante);
2º passo: Fazer ascensão em contrapeso até a 1ª proteção e se fixar;
3º passo: Descer a vítima até a proteção mais próxima dela;
4º passo: Fixar a corda da vítima com nó conjunto mariner/prussik (+ backup) diretamente na proteção;
5º passo: Subir até o grampo mais próximo da vítima e se fixar;
6º passo: Estabilizar a vítima da melhor forma possível,usando os conceitos de estabilização de cervical (fazer umpeitoral);
7º passo: Fixar a corda da vítima com nó mariner e usar sistema de backup;
8º passo: Descer (prussik) até o ponto onde a corda está fixa e desarmar o conjunto mariner/prussik com atenção;
9º passo: Retornar ao grampo onde a vítima está fixada;
10º passo: Recolher a corda e montar rapel;
11º passo: Montar o seu sistema de freio e fixar a vítima neste sistema;
12º passo: Desarmar a fi xação da vítima (mariner) com atenção;
13º passo: Se for necessário parada para montagem de novo rapel, fazer a ancoragem do conjunto socorrista/vítima juntos em um nó mariner e repetir procedimento de descida.

O esquema a seguir tem como objetivo a padronização ou facilitação das decisões a serem tomadas na hora do acidente com o guia de escalada. Vale salientar que para executar tais procedimentos, o resgatador deve dominar com segurança os nós e técnicas especificas de resgate como nó de mula, mariner, montagem de sistemas de polias etc…

Montanhismo Fluminense: Um Fenômeno recente?

Montanhismo Fluminense: Um Fenômeno recente?

Publicado no Boletim CNM – DEZ/2012

Quando da fundação do Clube Niteroiense de Montanhismo, em 2003, se debateu sobre este tema, se o CNM seria “inovador” ao ser criado na região leste da Baia da Guanabara. Logo depois de sua criação, a surpresa! O sexto clube de montanhismo do Brasil era de Niterói! O extinto Clube Excursionista Icaraí (CEI), fundado em 03 de maio de 1939, com o lema; “Sois brasileiros? Quereis conhecer de perto a vossa pátria? Inscrevei-vos no Clube Excursionista Icaraí.” Com atividades de caminhadas tanto em Niterói quanto no Distrito Federal (a atual cidade do Rio de Janeiro).

Mas, entre o CEI e o CNM temos um hiato de tempo de 63 anos …, o que houve nesse período? Existia a prática de montanhismo em Niterói e arredores? Em Niterói sempre houve atividade de tropas escoteiras em diversos bairros, o que sem dúvida, permitiu que a prática do montanhismo continuasse em nosso berço, sendo algo um pouco “naturalizado”, mas não com a alcunha de montanhismo, era simplesmente o hábito de frequentar nossas florestas e montanhas, mas infelizmente não como a ideia de um clube excursionista como conhecemos hoje em dia.

Os excursionistas da Capital vinham frequentar nossas montanhas que, de certa forma, eram pouco frequentadas, sendo que a primeira conquista de uma via de escalada em Niterói foi, parece, em 1956, batizada de “Artificial da Conquista”, na Agulha Guarish, na Serra da Tiririca. Tivemos também a “Chaminé Campelo” em 1956 no morro do Cantagalo, na Reserva Darcy Ribeiro (acho que agora, deve ser conhecida como Setor Darcy Ribeiro, do Parque Estadual da Serra da Tiririca) e o “Paredão Surpresa” em 1978, no Morro do Santo Inácio.

Na década de 70, houve cerca de 8 conquistas de vias, 13 conquistas na década de 80 e 10 até fi ns dos anos 90.

Após este período, as rochas niteroienses testemunharam uma verdadeira febre de novas de vias de escaladas!

Mas voltando a idéia de Clubes de Montanhismo, em junho de 1989 houve a fundação do Grupo Caminhante Independente, por Gerhard Sardo que, originalmente, almejava a ideia de um clube excursionista, tanto que em suas programações de atividades, o informativo do GCI constava um item curioso, que era “Influência Ideológica” onde elencava os nomes dos clubes de montanhismo cariocas. Houve também o Grupo Terra, mas de curta duração.

Em 1992 o GCI executou um projeto que foi, a seu modo, um marco na História das Montanhas de Niterói, a campanha SOS Montanhas de Niterói, quando foram realizados mutirões de limpeza em todos os topos e trilhas do município. Nesse momento, as pessoas que frequentavam as trilhas se deram conta de duas informações importantes:

SIM, nós temos montanhas! E do quanto estavam degradadas nossas montanhas.

Infelizmente também em 1992 o GCI começou a enveredar o caminho do movimento de defesa ambiental, perdendo de forma irreversível sua ideia original, que era o de um clube de montanhismo. Mas essa iniciativa acabou rendendo frutos, e membros deste grupo fundaram: o Grupo Cauã de caminhadas; Grupo Sussuarana, de Jorge Antônio Lourenço Pontes e Flávio Siqueira, ambos de curta existencia no território fl uminense; e o Projeto Ecoando, em 1994, de Cássio Garcez, que é um misto de empresa de ecoturismo e de um Clube Excursionista, que existe até hoje.

O ano de 1994 também foi marcado pela tragédia no montanhismo fl uminense. Em 25 de setembro de 1994 um grupo do Clube Excursionista Brasileiro, em uma atividade de caminhada ao Morro do Cantagalo, foi atacado por um enxame de abelhas africanizadas, gerando o óbito de Herald Zerfas (guia) e Joaquim Afonso Braga. Herald era um montanhista apaixonado pelas montanhas de Niterói, onde realizava diversas caminhadas e escaladas, sempre com bom humor e um chapéu estilo tirolês.

Ao iniciarmos o novo milênio, o montanhismo em Niterói ressurgiu em sua forma mais organizada e, com o apoio da FEMERJ montanhistas organizaram, finalmente, o segundo clube de montanhismo de Niterói, o Clube Niteroiense de Montanhismo, que teve em sua primeira diretoria Gustavo Muniz (presidente), Alan Marra (vice-presidente), Nise Caldas (tesoureira), Jerônimo dos Santos (diretoria técnica) e Alex Figueiredo (diretoria de meio-ambiente).

Agora, nove anos se passaram desde a primeira reunião organizada por essas pessoas e, dessa forma, tivemos um período de diversas atividades, explorações e conquistas, mas principalmente, 9 anos se passaram de risos, aventuras e camaradagem que nos deram muitas alegrias e histórias para contar.

Conquista da Via Paredão Alan Marra

Conquista da Via Paredão Alan Marra

Durante a conquista da via Novos Horizontes, que fica no Costão de Itacoatiara, percebi que mais pra esquerda, na mesma parede, havia um lindo diedro lá no alto já quase no cume. Percebi também que havia uma clara linha limpa para chegar até ele.

Repetindo a Novos Horizontes com meu amigo Maurinho mostrei este diedro a ele e sugeri que começássemos uma conquista ali e ele aceitou na hora. No fim-de-semana seguinte, dia 19/11/2006, iniciamos a conquista que resultou numa belíssima via.

1ª INVESTIDA – Fomos pra parede umas 15:00h, pois na parte da tarde aquela face fica na sombra. A nossa amiga Mariana Pardal nos acompanhou nesta investida.

Comecei a conquista protegendo com um nut grande um degrau que fica a uns 6m da base e é acessado facilmente, passei este degrau e segui em diagonal pra direita onde coloquei o primeiro grampo da via. A via já me encantou de cara pq este lance do degrau é muito maneiro, o visual daquela face é lindo e eu estava ansioso por chegarmos no grande diedro que estava uns 200m acima de nós.

O Maurinho subiu e colocou um segundo grampo na via uns 15m acima. Hoje, já intermediado, ele passou a ser o terceiro grampo. Subi mais um pouco e coloquei mais um grampo. Maurinho novamente tomou a frente e colocou-se a conquistar. Naquele momento ele decidiu fazer uma horizontal pra direita e assim o fez, colocando um grampo a uns 10m. Neste momento já estava escuro e começou a chuviscar. Como Mauro não tinha muita experiência em bater grampos subi para ajudá-lo a terminar o furo, pois fiquei com medo de desabar água e ele ficar em apuros.

Por sorte acabamos o furo e colocamos o grampo antes de chegar a chuva. Aí foi só rapelar. Conquistamos neste dia aproximadamente 60m de via.

2ª INVESTIDA – Por volta de 14hrs guiei os lances que já tínhamos feito e parei no penúltimo grampo que havíamos batido quando a corda acabou. Chamei o Maurinho que seguiu pro grampo que ele havia batido em horizontal a partir dali. Ele subiu reto pra cima pra bater mais um grampo e viu que a parede a partir dali ficava bem positiva e os lances bem fáceis. Ele praticamente esticou a corda toda antes de bater o grampo. Nesta hora a Beatriz Fernandes, com quem eu namorava na época, apareceu na base e eu rapelei para buscá-la. Ela escalou até onde estávamos e nos acompanhou até o final desta investida. Batido este grampo o Mauro me chamou e eu subi mais uns 40m antes de bater o próximo grampo. Para melhor proteger este lance que conquistei coloquei mais 2 grampos abaixo. Enquanto eu intermediava estes lances o Mauro tentava acrescentar mais um grampo abaixo mas ele por descuido pegou uma parte mais dura da rocha o que fez ele ter que fazer muito mais esforço para fazer o furo. Pra piorar na hora de bater o grampo o danado não entrou todo, ficando bastante pra fora. Demo-nos por satisfeitos neste dia e rapelamos com aprox + 100m de via conquistados.

3ª INVESTIDA – Neste dia tivemos a companhia da nossa amiga Silvia Batalha. Fomos umas 14hrs com o objetivo de sair por cima já neste dia e assim fizemos, porém acabamos não acrescentando nenhum grampo a via. Subimos os 3 em “estilo alpino” com segurança de ombro em platôs e proteções em bicos de pedra, arbustos e móveis. No grande diedro ficamos um pouco decepcionados por ele ser muito sujo, com muito mato e cactos. O Mauro o guiou e protegeu com 3 friends médios, mas decidimos que a via não iria passar por ali, decidimos contorná-lo pela parte mais limpa onde infelizmente não dá pra proteger em móvel e deixar o diedro como uma variante. Ficamos muito felizes por sair por cima, mas sabíamos que íamos precisar voltar para colocar os grampos nos 150m que escalamos sem proteger.

– Como vimos que a via ficou com uma graduação baixa, III no geral, decidimos deixá-la bem protegida para que tivesse bastantes repetições, mas para isso precisaríamos acrescentar mais uns 10 grampos a via. Consegui com meu amigo Dayvisson uma furadeira emprestada e marquei com Maurinho de irmos lá acabar nosso projeto que já estava há meses abandonado. Sábado, 23/06/2007 fomos então para a investida final. Desta vez iniciamos cedo, 8h já estávamos na base decididos a de qualquer maneira acabarmos a conquista naquele dia.

A escalada foi tranqüila, o difícil foi arrumar posição para carregarmos a furadeira já que não éramos acostumados com este tipo de equipamento. Colocamos os grampos que faltavam, no último grampo a bateria da furadeira acabou e tivemos que acabar o furo batendo direto na broca. Por sorte deu certo.

Bem… Gostamos muito do resultado final. Ficou uma via bonita, fácil e gostosa.

Ficamos muito felizes em homenagear nosso amigo Alan Marra colocando o nome dele nesta conquista. O Alan, além de uma grande pessoa, é escalador, ciclista e amante das montanhas.

Grande abraço e boas escaladas,

Leandro Pestana

Sufoco no Dedo de Deus

Sufoco no Dedo de Deus

8h trilha

Dedo de Deus

Dedo de Deus

Havíamos marcado Eu, Jerônimo e Eny, às 6h da manhã na saida do tunel de São Francisco para Icaraí. Mais à frente, encontramos com os Mineiros, amigos meus, que també iriam ao Dedo de Deus, para fazer a Leste juntamente com o Jerônimo e a Eny. Como os Mineiros não haviam comido nada, fomos para uma padaria perto da entrada da Ponte Rio x Niterói e o Jerônimo seguiu com a Eny, para não haver demora na trilha.

Logo matamos nossa fome e fomos para o Dedo de Deus, chegamos no Paraiso da Serra e às 8h em pontos entramos na trilha. Os mineiros, não acostumados com trilhas tão íngremes como a do Dedo, fizeram várias paradas rápidas durante a trilha, e às 8h40m chegamos à base dos cabos de aço, na Cuíca.

8h40m cabo (cuica)

Na base dos cabos de aço, encontramos la a Eny já arrumada dando seg pro Jerônimo que estava chegando à P1 dos cabos. Comecei a me arrumar, mochila nas costas, combinei com os mineiros de eles subirem junto com eles, para não haver problema na hora de achar a trilha para a base da Leste e disse que iria encontrá-los todos no cume.

Não houve problemas, comecei a subir, e depois de 20 minutos já estava no colo entre a Leste e o polegar.

9h base dedo de deus

Ali na na base da Leste dei uns 10 minutos de descanso, para tirar o peso da trilha que caía sobre mim. Coloquei a mochila nas costas com corda, água, comida e os outros equipamentos dentro e comecei a subir. Solei os lances iniciais sem fazer paradas, subindo continuamente até a base da Maria Cebola. Lá descansei por 10 minutos, tomei uma água, tirei a corda da mochila e logo estava escalando fazendo auto-segurança até a próxima chaminé, onde lá guardei todo o equipamento, ferragens e corda. Não esperei muito e logo comecei a escalar, incomodado apenas pelo peso da mochila, pendurada por uma fita no loop do meu boudrier.

Passei o lance do pulo, peguei outra chaminé, fiz o lance de trepa-pedra do final e subi a escada da Teixeira, chegando ao cume exatamente às 10h20m, quando larguei meus equipos e escrevi meu depoimento no livro de cume, pela primeira vez, sozinho no cume do Dedo de Deus.

10h20m cume do dedo de deus

Depois de escrever no livro de cume, encostei nas pedras próximas à urna do livro, e ali fiquei por um bom tempo comigo mesmo, curtindo sozinho o visual naquele cume maravilhoso, aproveitando todo aquele silêncio de Deus! estava um dia perfeito, conseguia ver até o Alto Mourão em Niterói…

Comi metade do meu sanduiche de queijo minas com tomate e alface e alguns goles na minha fresca água, carregada numa garrafa pet de 2L. Havia bebido pouca água até então, sobrando pouco mais de
um litro. A uma hora já sozinho no cume, comecei a ver umas nuvens estranhas chegando por trás da verruga, o que me deixou preocupado, não comigo, mas com os meus amigos que estavam subindo. Como eu
havia posto créditos extras no meu celular, algo raro de se acontecer, mandei uma mensagem de texto os mineiros para saber onde eles estavam. Aí veio uma resposta deles, dizendo que não sabiam onde estavam, apenas que estavam em frente à placa da via Face Oculta. Telefonei para eles, para avisar que estavam já quase na base da Teixeira. Eles ultrapassaram o Jerônimo e a Eny nos cabos de aço, e passaram direto pela trilha que vai para a Leste. Botei pilha para eles entrarem na Teixeira, mas me disseram que o começo dela estava muito molhado.

Pedi para que me esperassem onde estavam, pois ia rapelar pela Teixeira e encontraria com eles na base. Quando estava quase começando a rapelar, recebi o telefonema da Eny, dizendo que ela e o Jerônimo
haviam desistido da subida, por um problema no estômago dela.

12h rapel pela teixeira

No cume pensei: bom, estou sozinho, não farei o rapel pela descida vertiginosa do Santa Cruz, pois se minha corda agarrar, não terei como escalar devolta para soltá-la. Fiz o rapel pela Teixeira mesmo, o primeiro rapel foi sem problemas. Me preparei para fazer o segundo rapel, em direção ao segundo platô desta mesma via. milimetricamente cheguei ao platô, me ancorei e comecei a puxar a corda, quando senti que a corda havia saido do grampo, comecei a puxá-la mais rápido para que não embolasse e prendesse na fenda que havia próximo de onde eu estava ancorado.

12h20m a corda agarrou na fenda

A corda veio vindo tranquilamente, quando estava chegando quase ao fim do trabalho, aconteceu o pior: a corda agarrou! Pensei comigo mesmo: fica tranquilo, é normal isso, devo escalar a Teixeira devolta e soltar minhar corda. Foi o que fiz, comecei a escalar num entalamento de meio corpo, bem chato, acho eu que era a chaminé arranca botões, um lance bem enjoado mesmo! quando já estava bem no final, onde eu teria que sair dela num lance de oposição e sem nenhuma proteção, percebi que a parede neste trecho estava bem úmida. Respirei, inflei o peito e fiquei ali entalado descansando e falando pra mim: PQP, agora eu to fudido! lembrei que na minha mochila havia um friend (.4) da Camp Italy, desescalei a chaminé peguei o friend e voltei, descobri que o maldito friend não era meu amigo, não cabia ali naquele trecho. Desci novamente até o platô e telefonei pro Jerônimo, falei pra ele o que havia acontecido e pedi para que ele ficasse ligado, pois se eu não conseguisse fazer mais nada, ele teria que subir para me resgatar, pois os mineiros, não conheciam aquela área e seria pior se eles se perdessem por ali, seria outro problema.

Vi um pedaço de pedra no chão e a quebrei, lascando-a, como faziam antigamente nossos ancestrais, suas ferramentas de corte. Olhei a corda, já estava quase para cortá-la, quando o Jerônimo me telefonou devolta, querendo saber como estava a situação. Eu disse à ele que iria cortar a corda, quando veio em minha mente a idéia de medir a corda que me restava, dando 25 braçadas (x 1,70m), que deu algo em torno de 40m. Falei pro Jerônimo que ia fixar a corda e jogar o restante la pra baixo e tentar chegar à base. Se isso acontecesse, eu estaria salvo, e telefonaria para ele devolta, liberando-o do plantão.
Quando ia jogar a corda, os mineiros apareceram na base, sem nada entender da minha demora. Expliquei rapidamente à eles o que havia acontecido e lancei a corda, recebendo a resposta deles, de que a corda havia chegado, faltando apenas 1 metro para encostar no chão, o que aconteceria com o meu peso sobre a corda. UFA! Cheguei a solo firme!

Peguei o único papel que tinha (um maço vazio de Marlboro) e dentro de uma caixinha de cadeado que os mineiros tinham, deixei o bilhete com todos os meus dados, que com um esparadrapo prendi na ponta da corda, para que quem resgatasse a corda, me devolvesse a mesma (para não ter que cortá-la). Começamos a descer por volta das 14h.

Chegamos ao Paraiso da Serra (uma parada para os viajantes da Rio x Teresópolis) por volta das 16h20m, onde lá encontramos com o Jerônimo, que, claro, aproveitou o momento para me dar uma zoada básica. Fomos para o restaurante, onde lá bebemos um café bem quente e puro para recurar os ânimos. Pensei na minha corda, mas não estava triste, por incrivel que pareça, pois estava ali bebendo um café quente,
vivo, com meus amigos, pessoas que gosto muito e que dividem comigo a alegria de estar na montanha!

 

Por Leo Nobre Porto
Presidente do Clube Niteroiense de Montanhismo

Conquista da via Novos Horizontes 3ºIV E2 120m no Morro do Tucum

Estávamos eu (Leandro Pestana), Ian Will, Leo Nobre e Bia (minha namorada) em Itacoatiara. Eu iria intermediar com o Leo Nobre uma conquista que estávamos fazendo (Uma Mão Lava a Outra 5º VI 200m) no costão na face voltada pra praia de Itacoá enquanto o Ian e a Bia iam escalar em top rope no bananal. O objetivo era nos encontrarmos depois. O Leo Nobre resolveu que não queria conquistar naquele dia pq era seu aniversário então passei meu material de conquista pro Ian pra eu não subir com peso e fui apenas repetir a Uma mão lava a outra com o Leo Nobre.

Quando acabei a via com o Leo recebi um telefonema do Ian dizendo que tinha mudado seus planos e que aproveitando que estava com meu material de conquista havia começado uma via no costão na face voltada pro bananal. Perguntou se eu queria encontra-lo para prosseguir com a conquista.

Fui pra lá e me juntei ao Ian e a Bia.

Vi que o Ian havia começado a conquista colocando um grampo em cima de um belo veio de cristal a uns 7m da base.

Detalhe: Uns 5 metros a esquerda da base da via havia uma Jararaca bem grande toda enrolada próximo a uma pedra. Chegamos perto dela, batemos foto e nada dela se mexer.

Continuei a via passando em diagonal por este veio e no final dele tocando reto pra cima. Subi uns 10m e bati outra proteção.

A Bia veio logo depois e com corda de cima intermediou este lance.

Subi bem mais agora, aumentando a conquista em uns 30m e passando por uma linda seqüência de agarras e por 2 belíssimas lacas que dá pra proteger em móvel.

Novamente fixei a corda e o Ian intermediou este lance, colocamos apenas mais um grampo pq como disse acima da pra usar as lacas e colocar um nut, tricam ou friend.

O barulho das marretadas na rocha chamou a atenção do Leonardo Aranha que escalava próximo dali. O Leonardo é grande amigo meu que eu não via há um tempão. O Leo sem saber quem estava conquistando foi seguindo o som da marreta até que chegou na base da via.

Detalhe 2: O Léo sem saber sentou justamente onde estava a Jararaca. Por sorte, ela havia saído de lá.

Quando percebemos que era ele que estava na base o chamamos para subir e oferecemos que ele conquistasse o próximo lance, o que lógico, o deixou todo satisfeito.

Ele subiu, mas deparou-se com o que hoje sabemos que é o crux da via. Como ele estava há algum tempo sem escalar ele se sentiu inseguro em prosseguir e preferiu desescalar até o último grampo para que eu continuasse a conquista.

Passei este lance mais difícil, que por sinal eh lindíssimo, bati um grampo e novamente ofereci que ele subisse. Agora a via perdia inclinação e ficava bem mais fácil. Ele subiu e mandou bem, subindo uns 40m para bater o que foi o último grampo da via.

Já naquele mesmo dia saímos pelo cume felizes pela bela via que tínhamos aberto.

Demos o nome de Novos Horizontes pqo visual daquela face do costão é lindo porém ele era pouco explorado até então.

Voltei mais duas vezes na via para levar alguns amigos e aproveitei pra intermediar os lances que ficaram mais expostos e marcar a trilha.

Bem… a graduação sugerida ficou III com IV e o croqui vcs encontram neste site.

Sugiro a todos que repitam a via. De preferência na parte da tarde que é quando ela fica na sombra.

Boa escalada a todos!

Leandro Pestana (CNM)

Escalada e caminhada na Bolívia e Peru

Escalada e caminhada na Bolívia e Peru

Bolívia

Huayana Potosi

Huayana Potosi

Comecei a viagem por La Paz (Bolívia), onde após uns 4 dias de aclimatação na cidade (fazendo algumas caminhadas ou conhecendo um pouco da cultura da região) fui em direção ao Huayna Potosi, na Cordilheira Real, com um guia e um carregador/cozinheiro.

No primeiro dia, foi só para chegar ao acampamento base. No segundo dia, foi um dia de treinamento em gelo e neve para me adaptar e aprender a utilizar o piolet e os crampons. No terceiro, foi o ataque ao cume (saindo as 2 da manhã), chegamos as 9 da manhã aos 6.088m do Huayna Potosi num tempo bem fechado, voltamos para o acampamento base, desmontamos tudo e voltamos para La Paz no mesmo dia.

Peru

No dia seguinte, estava colocando o pé na estrada em direção a Cusco (Peru). Fui metade do trajeto de ônibus (passando pelo lago Titicaca) e a outra metade de avião. Após dois dias de descanso, fui fazer a Trilha Inca até Machu Picchu. Foram 4 dias de caminhada, num total de 42 km, variando de uma altitude de 2.500m a 4.200m até chegar às ruínas de Machu Picchu da civilização Inca.

Dentre os 4 dias, o dia mais cansativo, com subidas mais ingrimes foi o segundo e o último dia dia foi o mais leve, com apenas 2 horas de caminhada para baixo (porém acordando às 4 da manhã para pegar o nascer do sol em Machu Picchu). Atualmente, para fazer a Trilha Inca é necessário agendar com 1 ou 2 meses de antecedência em alguma agência de turismo, sendo limitada a entrada de 250 pessoas por dia no caminho, porém a estrutura de guias, carregadores e cozinheiro é muito boa.

Depois, segui a viagem rumo a Huaraz – também no Peru – (mais um trecho com um pouco de avião e um pouco de onibus), uma cidade que fica uns 400 km ao norte de Lima, aonde se encontra a Cordilheira Blanca. Inicialmente, fui com a intenção de fazer o Monte Huascaran, que é o ponto mais alto da região. Porém, ao chegar fui informado de que as condições climáticas não estavam favoráveis para ir até essa montanha ou qualquer outra ao seu lado, pois estava com um excesso de neve, o que dificultaria a subida.

Então partimos para um plano B, decidimos subir o Tocllaraju. No primeiro dia, fomos até o acampamento base. Mas ao chegar as noticias não eram muito boas, pois as outras pessoas que se encontravam lá não estavam conseguindo fazer cume devido ao tempo não muito bom. No segundo dia, tinhamos que decidir se realmente faríamos o Tocllaraju ou se faríamos outras montanhas ao redor, mas ao amanhecer, o tempo estava muito bom e decidimos continuar até o acamapamento alto. No terceiro dia, as 2 da manhã (novamente) iniciamos o ataque ao cume e as 8 da manhã chegamos aos 6.034m do Tocllaraju e retornamos ao acampamento base. No quarto e último dia, simplesmente, fizemos o retorno a Huaraz.

Ainda em Huaraz, como me sobraram uns dias e há uma infinidade de agências de turismo oferecendo varios serviços, então, resolvi fazer um canyoning numa cachoeira no meio da estrada, finalizando com um rapel em uma ponte para passar o tempo e relaxar um pouquinho.

Também tenho contatos (telefone, e-mail e/ou endereço) de varias agências, lugar para ficar (hotel, pousada, alojamento…), guias e pessoas que oferecem serviços para quem quer escalar ou fazer trekking pela Bolivia e pelo Peru.

Recomendo qualquer um que goste de escalar ou caminhar, fazer alguma dessas.

Abraços,
Vinicius Araujo

Vinicius no cume do Huayana Potosi

Vinicius no cume do Huayana Potosi

Vinicius no cume do Tocllaraju

Vinicius no cume do Tocllaraju

 
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