Auto Resgate

Por Ian Will

Boletim CNM MAR/2013

A prática de escalada diversas vezes nos coloca em situações onde só podemos contar com nosso parceiro de escalada. O fato da dinâmica do esporte pedir que se formem cordadas de duas ou três pessoas nos “obriga” a ter conhecimento de auto resgate, pois em várias situações, não poderemos contar com equipe de resgate especializada.

Uma das dificuldades durante um resgate em altura é conseguir fazer os procedimentos de ancoragem e descida com uma vítima sem condição de boa locomoção. São diversas situações possíveis de acidente durante uma escalada e devemos estar atentos as técnicas específicas para cada uma delas.

A seguir, descrevo o passo a passo de um procedimento de resgate em altura em um acidente com a seguinte cena: O guia cai no 1º esticão de uma via grampeada e quebra o pé. O segurança está na base sem ancoragem e acorda é insufi ciente para descê-lo até ao seu lado.

1º passo: Fixar o freio (nó de mula ou semelhante);
2º passo: Fazer ascensão em contrapeso até a 1ª proteção e se fixar;
3º passo: Descer a vítima até a proteção mais próxima dela;
4º passo: Fixar a corda da vítima com nó conjunto mariner/prussik (+ backup) diretamente na proteção;
5º passo: Subir até o grampo mais próximo da vítima e se fixar;
6º passo: Estabilizar a vítima da melhor forma possível,usando os conceitos de estabilização de cervical (fazer umpeitoral);
7º passo: Fixar a corda da vítima com nó mariner e usar sistema de backup;
8º passo: Descer (prussik) até o ponto onde a corda está fixa e desarmar o conjunto mariner/prussik com atenção;
9º passo: Retornar ao grampo onde a vítima está fixada;
10º passo: Recolher a corda e montar rapel;
11º passo: Montar o seu sistema de freio e fixar a vítima neste sistema;
12º passo: Desarmar a fi xação da vítima (mariner) com atenção;
13º passo: Se for necessário parada para montagem de novo rapel, fazer a ancoragem do conjunto socorrista/vítima juntos em um nó mariner e repetir procedimento de descida.

O esquema a seguir tem como objetivo a padronização ou facilitação das decisões a serem tomadas na hora do acidente com o guia de escalada. Vale salientar que para executar tais procedimentos, o resgatador deve dominar com segurança os nós e técnicas especificas de resgate como nó de mula, mariner, montagem de sistemas de polias etc…

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